Saúde para os trabalhadores da rua - MUCA
O acesso às condições de tratamento, prevenção e cuidado devem ter um caráter universal, tendo as políticas públicas em saúde do trabalho a tarefa de enfrentar os novos desafios colocados pelo trabalho informal. Essa não é a nossa realidade atual, frente aos avanços neoliberais que cada vez mais precarizam as condições de trabalho, as políticas públicas em saúde não podem estar desvinculadas da luta contra a exploração social.
A política de saúde pública deve chegar com qualidade a todos os territórios e a todas as pessoas e diante a nossa atuação no Movimento Unido dos Camelôs percebemos haver enorme ausência dessas políticas aos trabalhadores das ruas, aqueles que estão diariamente distribuídos na cidade realizando atividades econômicas essenciais.
Precisamos implementar campanhas de conscientização em saúde e prevenção junto às comunidades de trabalhadores informais, sem essa comunicação direta com canais que estejam aptos a realizar escutas ativas em conjunto com projetos de formação, os trabalhadores manterão comportamentos prejudiciais a sua própria saúde. Além disso, os espaços públicos devem ter estruturas adequadas para essa gente, é raro encontrar banheiros públicos e bebedouros de água potável em qualquer cidade do país.
Por fim, buscamos maior reconhecimento. Se somos trabalhadores, é fundamental que as autoridades cumpram a obrigação de notificar e reconhecer as doenças, agravos à saúde, acidentes e mortes resultantes do trabalho informal, estabelecendo uma clara relação com o contexto laboral. Isso é essencial para fortalecer os sistemas de monitoramento e acompanhamento das políticas públicas voltadas à saúde do trabalhador.
Consideramos a saúde das pessoas trabalhadoras como um direito humano, a saúde das pessoas trabalhadoras não tem preço!