A Central de Movimentos Populares (CMP-BR)

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Nossa História Nossa história remonta ao final dos anos 1970, um contexto de ascensão das lutas populares e sindicais no Brasil. Com a piora das condições de vida da população brasileira durante a Ditadura Militar, movimentos de base passam a se organizar para lutar por democracia, participação popular e políticas públicas, em áreas como saúde, moradia, assistência social e saneamento básico. É nessa conjuntura que, em 1979, teve origem a Articulação Nacional de Movimentos Populares e Sindicais (ANAMPOS), uma iniciativa de congregar as várias iniciativas de luta por um projeto democrático-popular para o país.

A primeira fase da organização, de 1979 a 1983, se caracterizou pela tentativa de combinar os movimentos populares e sindicais, na construção de uma ampla proposta de Central Única dos Trabalhadores, a quem caberia não apenas as lutas reivindicativas por melhores condições de trabalho, diminuição da jornada e aumento salarial, mas também por políticas sociais. No entanto, com a realização do primeiro Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), decidiu-se que a CUT congregaria apenas entidades de caráter sindical, e a articulação dos movimentos populares seguiria sob responsabilidade da ANAMPOS.

Assim, de 1983 a 1989, considerada a segunda fase da ANAMPOS, a priorização passou a ser os movimentos urbanos, já com o intuito de criar uma central de movimentos populares. Em 1987, a ANAMPOS organizou um encontro na cidade de Mendes (RJ), e se tornou uma articulação de grupos e entidades populares, já com o objetivo de organizar as bases sociais de uma central que deveria estar articulada em diferentes níveis, desde o município até nacionalmente.

Em 1989, com o oitavo Encontro Nacional de Movimentos Populares, foi então criada a Pró-Central de Movimentos Populares. Nesse encontro, foi debatida a importância de atuação unificada dos movimentos populares nas lutas gerais no país por direitos e democracia, em uma organização ainda provisória pela dificuldade de unificar lutas e reivindicações entre movimentos tão diversos e heterogêneos. A mudança de ANAMPOS para Pró-Central, no entanto, já consolidava a ideia de garantir centralidade e unidade de direção nas lutas populares urbanas. Trata-se de um momento fundamental na organização popular para o enfrentamento ao neoliberalismo da década seguinte.

Os anos 1990

A década de 1990 é de avanço do neoliberalismo no Brasil, nos governos Collor, Itamar e FHC. A situação social piora muito, com o agravamento do desemprego e da miséria, o acirramento das lutas urbanas com a expansão do mercado imobiliário e do financismo. Nesse contexto, também avança a resistência popular. A Pró-Central se reúne já em 1990 no Instituto Cajamar, em São Paulo, para organizar plenárias e fóruns realizados em todo o país rumo ao I Congresso Nacional de Movimentos Populares, que aconteceria de 28 a 31 de outubro de 1993, em Belo Horizonte (MG). Uma vez consolidada, a CMP se envolve nas principais lutas no período: campanha nacional contra a fome, as caravanas nacionais para Brasília em defesa dos direitos, os gritos da Terra e dos Excluídos, a resistência contra as privatizações e as marchas por emprego e desenvolvimento econômico e social. A CMP também esteve envolvida na construção dos primeiros conselhos de políticas públicas, principalmente saúde e criança e adolescente, como forma de efetivar os direitos. Nesse período, a CMP participou e teve papel importante na criação do Fórum Terra, Trabalho e Cidadania, espaço de articulação de partidos, movimentos sindicais, populares e socias para enfrentar a implementação do projeto neoliberal.

Desde então, os movimentos assumiram o compromisso de, pela CMP, fortalecer a luta específica de cada movimento filiado e, ao mesmo tempo, desenvolver lutas comuns aos movimentos populares, sendo seu principal eixo de atuação a luta e a defesa das políticas públicas com participação popular, para superar a desigualdade social, a miséria e a fome, disputar hegemonia na sociedade e acumular forças no sentido de construirmos uma sociedade justa, democrática e socialista.