Assistência Social Q-Previne. Atuação Coletiva na Prevenção de Violências Autoprovocadas em Adolescentes
O Projeto:
O Projeto Assistência Social Q-Previne: Atuação Coletiva na Prevenção de Violências Autoprovocadas em Adolescentes foi criado pela Psicóloga: Rosemeire Rossi Ramos, a partir do Trabalho de Conclusão do Curso de Capacitação em Suicidologia realizado no IPPES (Instituto de Pesquisa Prevenção e Estudos em Suicídio) categoria Empreendedorismo Social. Tendo início no ano de 2023 em parceria com a Instituição socioeducativa que faz parte da Política Pública de Assistência Social: CCA- (Centro para Crianças e Adolescentes) Sítio da Casa Pintada – situado no Bairro de São Miguel Paulista em São Paulo - SP.
A Psicóloga buscou conhecer e compreender a realidade dos adolescentes que frequentam a Instituição e a partir desse entendimento, construir juntamente com o IPPES – Instituto de Pesquisa Prevenção e Estudos em Suicídio, um espaço onde fosse possível refletir sobre violências autoprovocadas: suicídio, tentativa de suicídio e asis (autolesão sem intenção suicida). Tendo como foco o papel da Rede de Apoio na Prevenção desses comportamentos na adolescência. Promovendo reflexões sobre os fatores de risco e de proteção envolvidos no processo de prevenção do comportamento suicida.
O projeto está pautado na Lei nº 13.819, que instituiu a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, conhecida como Lei “Vovó Rose”. Essa lei estabelece um pacote de medidas, com estratégia multidisciplinar para diminuir os atos de automutilação, as tentativas de suicídio e os suicídios consumados. A lei teve origem na PL 1.902/2019.
§ 1º Para os efeitos desta Lei, entende-se por violência autoprovocada:
I – o suicídio consumado;
II – a tentativa de suicídio;
III – o ato de automutilação, com ou sem ideação suicida.
O CCA - Centro para Crianças e Adolescentes:
O Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) é um espaço de referência para o desenvolvimento de ações socioeducativas com crianças e adolescentes, que buscam assegurar o fortalecimento dos vínculos familiares e o convívio grupal, comunitário e social. Configura-se como uma instituição de finalidade educativa, no campo do sistema não formal de ensino.
É organizado em duas modalidades: Centro para Crianças de 6 a 11 anos e 11 meses e Centro para Adolescentes de 12 a 14 anos e 11 meses.
O CCA Sítio da Casa Pintada atende 180 crianças e adolescentes em dois períodos: manhã (8h as 12h) e tarde (13h as 17h). Atuando sempre no contraturno da escola.
O serviço destina-se a:
• Crianças e adolescentes em situação de trabalho;
• Crianças e adolescentes reconduzidas ao convívio familiar, após medida protetiva de acolhimento;
• Crianças e adolescentes com deficiência, beneficiários ou não do BPC (Benefício de prestação continuada);
• Crianças e adolescentes oriundos de famílias beneficiárias de programas de transferência de renda e
• Crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco.
Os objetivos institucionais do CCA (Centro para Crianças e Adolescentes) são o de oferecer proteção social à criança e ao adolescente em situação de vulnerabilidade e risco, por meio do desenvolvimento de suas potencialidades, bem como favorecer aquisições para a conquista da autonomia, protagonismo e cidadania, mediante o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.
Diante de tais apontamentos a Psicóloga observou a necessidade de capacitar os educadores para atuarem como Rede de Apoio na prevenção de violências autoprovocadas em adolescentes. Tendo como fator fundamental uma atuação intersetorial.
A Capacitação:
A Capacitação foi nomeada como: “CCA Q-Previne. Guardiões da Vida atuando na Prevenção.” Realizada no ano de 2023.
A Metodologia central utilizada para o desenvolvimento da Capacitação foi: A Estética do Oprimido do teatrólogo Augusto Boal. A escolha da Metodologia teve como objetivo respaldar a importância da Rede de Apoio no Processo de Prevenção de Violências Autoprovocadas em adolescentes e como possibilidade de prática lúdica e pedagógica para o desenvolvimento de reflexões que promovessem pensamento crítico sobre os temas abordados na Intervenção. Através da derrubada de estigmas e preconceitos relacionados ao tema. Tendo como desdobramentos, sensibilizar as famílias sobre a responsabilidade compartilhada que exercem, isto é, os envolvidos são corresponsáveis no processo de prevenção. Diante dos adolescentes o objetivo foi mostrar que são sujeitos ativos no processo de prevenção, capazes de acionar a Rede de apoio quando precisarem.
A atuação intersetorial está sendo desenvolvida no ano de 2024 com uma das escolas do território da Instituição, falaremos mais à frente.
No ano de 2023 foram realizados doze encontros com carga horária total de trinta e seis horas, sendo: oito encontros com os educadores, três com os adolescentes e uma palestra interativa com os familiares e cuidadores
Os Objetivos do Projeto:
Os Objetivos gerais do projeto são o de promover a ampliação da rede de apoio dos adolescentes mediante a Prevenção de violências autoprovocadas nessa fase. Através da derrubada de estigmas e preconceitos relacionados ao tema, reconhecendo os fatores de risco e de proteção envolvidos nesse processo.
Os Objetivos Específicos são:
Autocuidado do educador;
Proporcionar reflexão crítica sobre: suicídio, tentativa de suicídio e autolesões em adolescentes e os preconceitos e estigmas relacionados aos temas;
Promover reflexão sobre a importância da Rede de Proteção na Prevenção do Suicídio e Autolesões em adolescentes;
Orientar as famílias sobre o papel que exercem na identificação dos sinais de sofrimento emocional nos adolescentes;
Promover reflexões que favoreçam aos adolescentes reconhecerem-se sujeitos ativos no processo de prevenção.
Conteúdo Programático da Capacitação:
Qual é o papel dos profissionais da educação formal e não formal na prevenção de violências autoprovocadas na adolescência.?
Qual é o papel da família?
E os adolescentes como ficam nesse processo?
Quais são os Fatores de Risco e de Proteção para Prevenção do comportamento suicida na adolescência.
Reflexões sobre ações de Prevenção do comportamento suicida na educação formal e não formal.
A importância do Desenvolvimento Socioemocional dos adolescentes para Prevenção do comportamento suicida.
Ações Continuadas:
Em 2024 estamos atuando no território alinhando os setores: Assistência Social, Educação e Saúde. Com base na Lei nº14819/2024 (Lei Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades). Cujo foco é uma atuação Coletiva e horizontal.
Atualmente estamos aplicando a Capacitação: “CCA Q-Previne. Guardiões da Vida atuando na Prevenção” na EMEF Pedro Fukuyei Yamaguchi, uma das escolas que fazem parte do território da instituição, que tem alunos que frequentam o CCA no contraturno da escola.
Para que em 2025 sejam realizadas ações sociais concretas e continuadas nas duas Instituições de forma colaborativa, com possíveis contribuições da UBS (Unidade Básica de Saúde) do território.
Temos a clareza que a Prevenção de Violências Autoprovocadas em Adolescentes é um trabalho de muitas mãos, e reconhecemos o nosso papel diante desse processo. Sendo assim, precisamos olhar essa população de forma integral, reconhecendo que são sujeitos socioculturais inseridos em uma sociedade de desigualdades sociais.
Contato
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