Grupo Tortura Nunca Mais/RJ

De Mapa movimentos
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Imagem do ato realizado no Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura, celebrado em 26 de junho.

O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ (GTNM/RJ) foi fundado em 1985 por iniciativa de ex-presos políticos que viveram situações de tortura durante o regime militar e por familiares de mortos e desaparecidos políticos. Nos seus 40 anos de história, tornou-se, pelo seu inquebrantável papel nas lutas em defesa dos Direitos Humanos, uma referência importante no cenário nacional.

O GTNM/RJ constituiu-se em um importante centro de referência sobre a memória do período da ditadura civil-militar. Junto ao compromisso com a luta pelos Direitos Humanos, atua na cobrança pelos esclarecimentos das circunstâncias de morte e desaparecimento de militantes políticos, pela memória histórica daquele período, pelo afastamento imediato de cargos públicos das pessoas envolvidas com a tortura, pela formação de uma postura ética, convicto de que estas são condições indispensáveis na luta contra o esquecimento e o silenciamento dos crimes de ontem e de hoje.

Quatro anos depois de sua criação, em 1989, a Diretoria do GTNM/RJ percebeu a necessidade de promover assistência clínico-jurídica aos atingidos pelos crimes da ditadura. À época, não havia qualquer política de assistência por parte do Estado.

Foram 23 anos de assistência clínico-médico-psicológica e de reabilitação física e 14 anos de apoio jurídico de maneira ininterrupta. Cerca de mil e duzentas pessoas foram atendidas por este projeto pioneiro no Brasil. O projeto, que apontou a indissociabilidade entre clínica e política por meio de um enfoque teórico inovador, permitiu que o GTNM/RJ não apenas prestasse uma atenção psicossocial, física e jurídica a militantes históricos dos movimentos sociais brasileiros e seus familiares, como operou sobre os efeitos do modo de subjetivação hegemônico no capitalismo neoliberal que tem como molar de coerção e sustentação social o projeto de ultra-individualismo em todos os campos dos sujeitos sociais e o ataque às ações coletivas e políticas.

Para a celebração de seus 40 anos, uma série de eventos está em gestação para manter viva a memória daqueles que lutaram e seguem lutando por outros mundos e afetos possíveis.