Eu defendo o SUS: nossa história: mudanças entre as edições

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Em 2016, instigado pelo Golpe ocorrido no Governo da Presidenta Dilma Rousseff e incitado pela proposta do Governo Michel Temer de desfinanciamento do SUS (EC 95), se constituiu em Fortaleza / Ceará, o Movimento EU DEFENDO O SUS. A exacerbação de situações e cenários de retirada de direitos, austeridade, discriminação, intolerância e violência já se mostrava em ascendente movimento no país.
Em 2016, instigado pelo Golpe ocorrido no Governo da Presidenta Dilma Rousseff e incitado pela proposta do Governo Michel Temer de desfinanciamento do SUS (EC 95), se constituiu em Fortaleza / Ceará, o Movimento EU DEFENDO O SUS. A exacerbação de situações e cenários de retirada de direitos, austeridade, discriminação, intolerância e violência já se mostrava em ascendente movimento no país.



Edição das 15h49min de 3 de novembro de 2024

Logo do movimento Eu defendo o SUS , desenho e letra cor branca e fundo azul





Em 2016, instigado pelo Golpe ocorrido no Governo da Presidenta Dilma Rousseff e incitado pela proposta do Governo Michel Temer de desfinanciamento do SUS (EC 95), se constituiu em Fortaleza / Ceará, o Movimento EU DEFENDO O SUS. A exacerbação de situações e cenários de retirada de direitos, austeridade, discriminação, intolerância e violência já se mostrava em ascendente movimento no país.

Mulheres, trabalhadoras e ativistas, de diversas profissões e atuantes na Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza e Educação Permanente em Saúde da Secretaria Estadual da Saúde, movidas pela sensibilidade e indignação, reuniram-se com o objetivo de mobilizar corações e mentes em defesa da Saúde como direito do povo e dever do estado, fortalecendo o direito constitucional garantido na Constituição Federal de 1988. O Mote: ‘Defender o SUS’ foi constituído mediante à sensação/situação de ataque ao direito à saúde.

As redes sociais e afetivas aproximaram as pessoas com comum ideário de saúde, movidas pela necessidade de manifestação em defesa da democracia e da saúde como direito, focalizando na defesa radical do SUS a efetivação destas.

Em 2016, o #EuDefendooSUS constituiu seu símbolo, na busca por fortalecer a comunicação do argumento e a união dos diversos sujeitos e segmentos constituintes, fazedores e viventes do SUS. A camisa azul do #EuDefendoOSUS, foi o primeiro ato-manifesto. A frase, com as cores do SUS, estampada no peito: “EU DEFENDO O SUS”, representa a força da expressão. Buscavam, vestindo a camisa do SUS, lutar e preservar toda a bravura acumulada de anos de histórias no SUS e do Ceará, que não poderiam ser perdidas. E mais, precisavam ser resgatadas, fortalecidas.

O uso da camisa foi comunicadora e comunicante do ideário e passou a ser a principal via de comunicação do movimento entre os anos de 2016 e 2019. A busca pela camiseta, comunicou e vinculou, passou a aproximar pessoas, entidades e movimentos sociais. Somaram-se a este pequeno grupo de ativistas um grande número de profissionais da atenção, gestão, controle social, educação e pesquisa do SUS Ceará. Sem estatuto, direção ou comando tinha/tem a característica da espontaneidade, estava/está sempre nas manifestações, nas ruas em todos os momentos críticos de nossa recente história, somando-se e misturando-se a tantas outras lutas e causas que afligiam/afligem o povo brasileiro e cearense.

De 2016 a 2020 o #Eu Defendo o SUS participou, organizou e protagonizou diversos eventos e movimentos de reafirmação do SUS como única possibilidade de saúde universal no país. E também, como todos os outros movimentos e coletivos, vivenciou momentos de arrefecimento e recuo, diante de uma sequência de perdas que ‘paralisou’ grande parte das forças progressistas do país.

Nos últimos anos foram vários os retrocessos na democracia brasileira. Retrocessos estes que impactam diretamente na saúde do povo brasileiro a curto, médio e longo prazo. A emenda constitucional 95, a paralisação do Plano Viver Sem Limites voltado às pessoas com deficiências, a reforma trabalhista, as mudanças na Política Nacional de Atenção Básica (2017), a eleição de Jair Messias Bolsonaro, a reforma da previdência, o financiamento federal da Atenção Básica e o desfinanciamento dos NASF (Previne Brasil), a fragilização da Farmácia Popular, o desfinanciamento dos Centros de Atenção Psicossocial, o aumento do financiamento federal para comunidades terapêuticas e manicômios, o fim do Programa Mais Médicos, a expansão das organizações sociais na gestão do SUS, a criação da Agência para o Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (ADAPS, a corrupção, o desrespeito à vida e milhares de mortes por Covid-19 que poderiam ter sido ser evitadas, o boicote às vacinas contra a Covid-19, o aumento do desmatamento e do garimpo na Amazônia são alguns destes retrocessos.

A pandemia da COVID-19 desafiou e colocou em foco o direito à saúde e os sistemas de saúde no mundo. Não diferente dos demais países, o Brasil vem também vivenciando a popularização destas pautas. Em situação singular no mundo temos o SUS. Não fosse sua atuação, nosso luto seria ainda maior. Ocorre que o SUS historicamente é subestimado, subfinanciado e pouco valorizado como uma das maiores conquistas sociais e políticas de nosso povo. Convivemos num cenário de disputa com a saúde suplementar. Estamos imersos na cultura biomédica, medicamentosa, com foco do poder sanitário centrado na uniprofissionalidade médica, restando à multiprofissionalidade o status paramédico, seja nos campos da atenção, gestão e política sanitária.

A atual pandemia da COVID-19 presente no contexto de austeridade, privação de direitos e congelamento de gastos, exigiu mobilização e articulação.

Diante do cenário, em junho de 2020, o Movimento #EuDefendooSUS reativou suas forças, reuniu-se e mais fortes, com a indubitável afirmação do papel do SUS na preservação de nossa ancestralidade viva, no cuidado de nós, nós-povo, nós-pares, integrou e contribuiu com a reativação da Frente Cearense em Defesa do SUS e contra a privatização da Saúde (FCD_SUS), também já atuante no estado, mas também em processo necessário de latência.

Assim, entre 2015 e 2022, foram realizados momentos de formação política, produção de material educativo/informativo (cards, vídeos), reuniões virtuais abertas, atos de rua, manifestos aos gestores estaduais e municipais sobre a condução do SUS Ceará e de Fortaleza na pandemia, carta aos candidatos à prefeitura de Fortaleza, manifestos à Assembleia Legislativa, etc. Ações estas que reuniram, capilarizaram e renovaram as lutas no Ceará (v. @eudefendosus).

Chegando em 22 dezembro de 2020, ativada pela Frente pela Vida, o Movimento #Eu Defendo o SUS, como integrante da FCD_SUS, em parceria com o Movimento Democracia Participativa (MDP/CE), Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD-CE), Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia (ABMMD-CE) e Setorial de Saúde do PT Fortaleza, realizaram o ‘lançamento’ da Frente pela Vida no Ceará, com a chamada: “Convite à população cearense para Defesa do SUS e pela Vacina para todas, todos e todes”. Na ocasião, contamos com a presença de Lúcia Souto, do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES), como representante da Frente pela Vida, e com a participação de diversos movimentos sociais, grupos religiosos, entidades, associações de classe, universidades, parlamentares e/ou representantes de mandatos e personalidades.

A vivência do(s) período(s) descrito(s) acima nos permitiu perceber o quanto temos de potência mobilizadora e o que temos a percorrer e a mobilizar. Refletimos que ainda estamos problematizando entre nós, que apesar da capilaridade alcançada, nos falta muito, especialmente no âmbito da sociedade em geral, usuárias/os do SUS, parlamentares, gestores e juventude cearense. A utopia serve para isso, para que continuemos caminhando (Eduardo Galeano). “É preciso ter esperança, mas esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar, não é esperança, é espera. Esperançar é SE LEVANTAR; esperançar é IR ATRÁS; esperançar é CONSTRUIR; esperançar é NÃO DESISTIR! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar se com outros para fazer de outro modo” (Paulo Freire).