MapaMovSaúde, Cebes e Fiocruz realizam evento para debater as emergências climáticas e o protagonismo dos movimentos sociais
Encontros Ciência, Saúde e Participação Popular: evento reunirá, em Salvador, trabalhadores do SUS e militantes populares em defesa da vida, do SUS e da justiça climática.

As emergências climáticas já não são uma ameaça distante, elas estão transformando o presente e impactando profundamente a saúde e as condições de vida das populações. Secas, enchentes e ondas de calor extremo têm revelado, de forma cada vez mais evidente, que a crise ambiental é também uma crise social e sanitária, que exige respostas urgentes, solidárias e democráticas.
É diante desse cenário que o Mapa Colaborativo dos Movimentos Sociais em Saúde (MapaMovSaúde), o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) e a Cooperação Social da Fiocruz realizam, nos dias 30 e 31 de outubro de 2025, os Encontros Ciência, Saúde e Participação Popular, no Auditório do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador (BA).
O evento reunirá pesquisadores, trabalhadores do SUS e militantes de movimentos sociais para discutir um dos temas mais urgentes do nosso tempo: os impactos das emergências climáticas sobre a saúde e o bem-estar da população.
Em meio à intensificação dos desastres ambientais e à desigualdade social crescente, o encontro propõe refletir sobre como o SUS, o Movimento da Reforma Sanitária Brasileira e demais movimentos sociais podem responder aos desafios que ameaçam a vida em seu sentido mais amplo.
“O colapso climático não é uma possibilidade futura, ele já está em curso. Diante dessa realidade, torna-se urgente que nos reunamos para pensar coletivamente os caminhos da luta por uma vida digna, especialmente frente ao avanço das políticas neoliberais que aprofundam desigualdades e ameaçam direitos”, destaca Carlos Fidelis, presidente do Cebes.
O protagonismo dos movimentos sociais e articulação com a ciência
Para o enfrentamento a esses males, a autonomia dos movimentos sociais se faz fundamental, bem como a capacidade de diálogo de lideranças dos territórios com a comunidade científica comprometida com a justiça social.
Promover esses dois pilares - autonomia e diálogo - são os objetivos do evento, aproximando e articulando organizações para o debate das questões mais candentes dos movimentos sociais e das lutas por justiça climática e ambiental e pela democracia.
“O movimento social, especialmente o da saúde, é muito expressivo e enraizado na sociedade brasileira, e nada mais importante conhecer quem somos, onde estamos e o que estamos fazendo. Em Salvador, vamos realizar conjuntamente essa primeira edição dos Encontros Ciência, Saúde e Participação Popular, que reunirá debates junto a uma oficina territorial com os movimentos sociais da Bahia, para potencializar e estimular essa exuberante presença e atuação e ampliar nossa vocalização por uma democracia participativa na internet, uma arena cada vez mais estratégica ”, explica Lucia Souto, coordenadora do MapaMovSaúde.
"Na Cooperação Social, nós utilizamos a metodologia do Modo de Agir em Cooperação Social. Ou seja, a partir de uma instituição como a Fiocruz — de excelência em pesquisa, ensino e produção de ciência — é possível conduzir iniciativas que dialoguem diretamente com movimentos sociais, com o território, numa perspectiva que nós entendemos que seja a construção compartilhada de conhecimento, que promova a valorização de conhecimentos produzidos a partir desses territórios e coletivos. A partir dessa metodologia, nós conseguimos aproximar esses dois mundos que, aparentemente, são tão distantes. Nós alinhamos o modo tradicional que é o conhecimento historicamente sistematizado pela humanidade com o conhecimento das camadas populares, das suas lideranças e seus territórios. Para nós, fazer ciência cidadã significa um desenvolvimento de iniciativas em complementariedade", afirmou Leonídio Santos, Coordenador da Cooperação Social da Fiocruz.
O evento será realizado no Auditório do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA) e tem também o apoio da Escola de Enfermagem da UFBA e do Conselho Nacional de Saúde (CNS). “Esta iniciativa vem para ampliar a facilitar a interseccionalidade entre as entidades do território nacional, entre essas entidades, as representadas no CNS.Para nós, conselheiros nacionais de saúde, será uma atividade de extrema importância”, reforça Heliana Emetério, conselheira nacional de saúde.
Programação
O evento será dividido em dois momentos principais:
30 de outubro, das 14h às 17h — A Oficina-Assembleia do MapaMovSaúde reunirá coletivos, entidades e organizações populares para debater como os movimentos sociais podem atuar frente às transformações tecnológicas, às mudanças climáticas e às novas expressões das desigualdades, reafirmando sua força política e propositiva na construção de uma saúde democrática.
31 de outubro — I Seminário Nacional “Emergências Climáticas e o Viver Saudável”
Aberto ao público, o seminário abordará a agenda das injustiças ambientais e climáticas e colocará em pauta perguntas essenciais: As instâncias de governo estão preparadas para responder a essas emergências? Como garantir um SUS universal, público e participativo em um contexto de crise ambiental global? Que caminhos os movimentos sociais podem trilhar para proteger a vida e fortalecer a justiça climática?
Painéis temáticos:
Painel 1 – “Não estamos no mesmo barco! Desigualdades, Saúde e Emergências Climáticas”: impactos desiguais das crises e a urgência de políticas públicas que priorizem os mais vulnerabilizados.
Painel 2 – “Movimentos Sociais, Emergências Climáticas e Saúde”: o papel histórico dos movimentos na defesa da vida, da justiça ambiental e da equidade em saúde, com destaque para as lições da pandemia de Covid-19.
Painel 3 – “Geração Cidadã de Dados, Vigilância Popular em Saúde e Emergências Climáticas”: experiências de coletivos de favelas e periferias que produzem dados e conhecimento para transformar suas realidades e fortalecer a incidência política.
Convite à participação As inscrições são gratuitas e estão abertas pelo link: https://www.even3.com.br/encontros-ciencia-saude-e-participacao-popular-638212/ (As vagas são limitadas à capacidade do auditório — 140 lugares)
Mais do que um evento, os Encontros Ciência, Saúde e Participação Popular se afirmam como um espaço de convergência entre ciência, movimentos sociais e políticas públicas, reafirmando o compromisso coletivo com a defesa do SUS, da democracia e da vida em tempos de crise climática.
Serviço:
Encontros Ciência, Saúde e Participação Popular Datas: 30 de outubro - das 14h às 17h; e 31 de outubro - das 9h às 17h Local: Auditório do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Endereço: R. Basílio da Gama, s/n - Canela, Salvador - BA,
O evento será transmitido pelos canais YouTube ISC/UFBA (https://www.youtube.com/labvideoisc), Cebes (https://www.youtube.com/@Cebesbrasil) Cidades em Movimento (https://www.youtube.com/@cidadesemmovimento) MapaMovSaúde (https://www.youtube.com/@MapaMovSaude)
Sobre as organizações
MapaMovSaúde — O Mapa Colaborativo dos Movimentos Sociais em Saúde é uma plataforma digital voltada ao fortalecimento das redes e parcerias em defesa da saúde como direito. Criado em 2023, o projeto amplia a visibilidade das ações dos movimentos sociais e possibilita a construção colaborativa de estratégias e políticas em torno da participação popular, da justiça social e do fortalecimento do SUS. Conheça a plataforma mapamovsaude.net.br e siga o projeto nas redes sociais.
Cebes — O Centro Brasileiro de Estudos de Saúde é uma das principais entidades do campo da saúde coletiva no país, atuando desde a década de 1970 na defesa do direito universal à saúde e na construção do Sistema Único de Saúde (SUS). Foi e segue sendo protagonista na Reforma Sanitária Brasileira, contribuindo para a formulação de políticas públicas e para o pensamento crítico sobre saúde, democracia e desenvolvimento social. Conheça mais através do site cebes.org.br
Fiocruz (Cooperação Social) — A Fundação Oswaldo Cruz, por meio de sua Cooperação Social, desenvolve iniciativas e projetos voltados à promoção da saúde e da equidade, baseados na construção compartilhada do conhecimento com organizações populares, movimentos sociais e trabalhadores do SUS. Sua atuação reforça a missão institucional da Fiocruz de produzir ciência e tecnologia comprometidas com a transformação social.
